Fim De Festa.

Quanta Letargia...
Quanto... Sono!
Que confusão de sentimentos.

Eu me levanto...

Preciso entender o que está acontecendo.
Entro em minha mente...

Chego a porta...
Seguro a maçaneta,
Respiro fundo,
Eu abro a porta...

Puta que pariu...

Parece que a festa foi boa enquanto eu estive fora.
Olha esse lugar.

Está uma zona.

No Sofá... Lá está o Descontrolado, Ressentido e Dramático... Desmaiado.

Logo atrás dele está o Candidato, totalmente embriagado, rindo sozinho, sentado numa cadeira de madeira... Maldito chimpanzé de terno.

Que zona.

O Dramático acorda...

Ele tenta entender o que eu estou fazendo na porta... E quem sou Eu.
Ele sabe quem eu sou... É claro que sabe.

A gente se parece um bocado... A unica diferença.
É que o dramático tem os olhos enegrecidos pela sua alma... Pobre.

Enquanto os meus... Estão Verdes.

Ele ao menos tem força pra falar...
Vou até o Sofá
Me agacho.

Por mais controle que eu tenha...

Admito que nesse momento deixo a Raiva me tomar por alguns minutos.

Levanto a cabeça do Dramático puxando seu cabelo pela nuca.
Olho no fundo dos seus olhos negros.

Ele não consegue dizer nada...

Viro sua cabeça... E falo ríspido em seu ouvido:

- Ola garotinho... Eu Não me lembro do que passou, nem me dou conta do que nos pegou, quando tento lembrar o que você andou fazendo... tudo da voltas ... Só de imaginar, a loucura percorre toda nossa pele. Mas você me conhece... Eu não me entrego fácil. Então acorde antes que meus olhos fiquem negros de novo! Lembre-me de toda a história para que nós dois não continuemos assim... loucos!

O garotinho não diz nada...

- Cade o Trevor... ? Ele sabe o que você tem feito?... É claro que sabe... Você não sente asco de si mesmo por isso?

O garotinho continua sem dizer nada...

-Caralho.... ME DIZ AGORA por que você sempre faz a mesma merda igual?! Me explica AGORA a razão de você nós deixou sentir tanta Dor durante tanto tempo!

Bufo... Respiro fundo.

-Antes que eu mude de novo...
Eu vou resolver as coisas...
Então Garotinho... Apenas... Pinte tudo de Verde.


O chimpanzé olha pra mim, com aqueles olhos negros, querendo me intimidar...

Eu o encaro de volta!

Ele vê a si mesmo em mim...

Mas diferente...

- O que foi? Achou que você era uma versão melhor dele? Você é so uma versão mal acabada do que acredita ser... É a primeira vez que fica assustado... Chimpanzé? Você estaria rindo agora se estivesse no meu lugar...certo? Ta vendo algum sorriso na minha cara? Sarcasmo pra você é igual a bebida pro garotinho aí... Uma fuga. Vê a nossa diferença? Você é a unica piada sem graça aqui... Ta na hora de alguém limpar a zona que vocês tem feito a muito tempo.

EU VOU TE MOSTRAR O QUÃO BOM EU SOU!

Aris

Sentada no fundo do ônibus...

Passo pela Alameda
Quanto engarrafamento, penso.

Mais um dia...
Menos um dia...

Olho pelo vidro.
Algo me incomoda.

Busco com atenção nas calçadas através da janela.

Crianças com fome, mendigos... Um esgoto a céu aberto.

Seria isso?

...

Não.

É alguma outra coisa...

Mas por Deus! Eu não sei o que é...

Olho pra mim mesma. Olho minha calça jeans... Aquele sapatinho preto brilhante com laço. Eu lembro de ter gostado tanto quando comprei.
Minha blusa verde musgo... O decote canoa não muito exagerado.

Cabelo penteado...
Franja de lado
Maquiagem simples... Do jeito que gosto

Definitivamente não há nada de errado em mim...

Então que sentimento é esse?

De que há alguma coisa realmente errada?

Isso tem crescido tão lentamente...
Que era simplesmente fácil ignorar.
Algo como uma mancha pequena no vidro da sua janela.

Mas agora... Essa mancha... Tudo parece diferente.

Estou com falta de ar...

Merda!

Eu nunca fui ansiosa!
Eu nunca tive traços de depressão!

Não há sequer um trauma!

Mas que pressão é essa?!

Meu Deus... Me ajuda!

-levanto do banco, puxo o sinal... Desço.

Ando devagar para chegar a faculdade do meu namorado... me sinto um pouco melhor.

Quanta gente na rua... Que calor é esse pai do céu!
Chega a me destrair... Rs

Espero o sinal fechar para atravessar a avenida.

Tá queeeeenteeeee....

...

Algo chama minha atenção...

Outro mendigo...
Mas... Que estranho, penso.

O mendigo não parecia mais velho do que sou agora...

Devia ter uns 24 anos...

Era um jovem loiro... Branco... Parecia

Sobre Leões e Lobos

Com um olhar baixo encaro esse copo de boca larga com rum puro... Penso na leoa. Dou um gole Gostos amargos dessem pela minha garganta Sentimentos amargos percorrer minha alma Penso em toda dor que causei a uma inocente Em toda raiva Admito... No início eu só queria me divertir. E quem sabe ela também gostasse... Mas eu precisava atrair a leoa E se tem uma coisa que leoas adoram é um cordeiro desgarrado. Como ela poderia imaginar que havia um lobo por trás da pele de cordeiro. Hey... Eu não estou me superestimando. Eu sei o estrago que uma leoa pode fazer num lobo. Assim como todo leão sabe o significam lobos na redondezas... ... Problemas. E o azar foi como um tiro no escuro. Só existe uma coisa pior do que um lobo e sua alcateia. Um lobo desgarrado... Um lobo que foi execrado e repudiado como um leproso...e sobreviveu. Problema na certa. Mais um gole. Mas deixa eu voltar a Leoa. Estava fazendo o que sempre faço Eu estava caminhando por aí... entediado. Basicamente foi isso Então eu a vi. Como disse... Lobos são problemas. Mas leões... Bem, leões são perigosos. Aaah como são. Mais um gole... Eu olhei em volta... E não havia mais nenhum leão. O interessante? Haviam uma série de outros animais. Porcos... Lontras... Zebras... Isso era estranho Era estranho como ela andava no meio deles como se fosse uma deles. Ela não via aquelas presas e garras longas que possuía? Se fosse eu...Àqueles animais iriam virar chiclete na mandíbula do lobo aqui. Me aproximei... Fiquei curioso. Olhei por mais um tempo. Eu já tenho cicatrizes de mais para saber que devemos esperar tempo o suficiente para ver as hienas e os abutres. Mas... Nada. Nao havia Nenhum desses animais desprezíveis rondando a Leoa. Eu só pude chegar a uma conclusão... Essa Leoa... Não faz carniças? Então uma pergunta começou a me corroer... ... Porque? E isso não saia da minha cabeça... Eu decidi então apostar tudo... Vou me aproximar Correr o risco Eu posso ser agressivo nas minhas decisões... Mas eu não sou burro. Vesti a pele daquele antigo cordeiro que viscerei a muitos anos atrás. E fui bem recebido... Ela gostou Observei como se comportava E havia algo realmente errado Ela só parecia uma leoa... Sabe, eu via alguns relances de agressividade da Leoa que ela era em alguns momentos. Em caças noturnas... Ou impondo sua vontade contra o sistema. Mas apesar de tudo ela nunca insistia em se comportar como um herbívoro. Maldita filha da puta... Rs. Nesse jogo de enganar eu já sou mestre - pensei Faregei as carcaças Nada... Onde ela esconde?! Cavei fundo seus territórios Procurei em todos os lugares. NADA! Então eu entendi... ... Ela achava e queria ser uma deles... Aquilo me deixou surpreso... E enojado. A resposta final veio... Eu fui convidado para me deitar junto a ela a fogueira. Uma... Duas vezes... Eu ali... Vestido de cordeiro. Com uma Leoa que simplesmente agia como se fosse outro cordeiro. Aquele pelo dourado... Aquelas presas... Quanto poder. Desperdiçado. Aquilo me enojava completamente Então eu Tomei uma decisão É aí que começa meu crime. Toda razoabilidade que me fez abandonar minha alcateia... Era mijo nesse momento. Voltei a ser o Lobo maldito que eu desprezo. Tirei minha pele de cordeiro A deixei ver o Lobo E que tipo de coisas um Lobo faz. Coisas que alguém como ela deveria fazer. O tempo foi passando... Descobri de onde aquela leoa vinha Eu fui descobrindo como aquela leoa também foi expulsa Como aquela leoa presenciou coisas terríveis para um filhote Ela de certa forma... Era como eu. Mais um gole... Aqui começa a segunda parte do meu crime. Me deixei levar... Juntos eu agia como se fossemos um bando que nunca tivemos. Tudo era tão claro. Nós dois fomos abandonados Então ela buscava em todos os abandonados formar um grande grupo. Enquanto a mim?... Eu eu não gostava de quase ninguém. Não podia esquecer que tipo de coisa eu era. Eu escolho destruir todo mundo que me desagradasse. Ela escolheu ser sincera com o mundo mas mentir pra si mesma. Eu escolhi... Fuder o mundo que me fudeu. Mas pelo menos eu sempre seria sincero comigo. Ela não podia aceitar isso... Ela chegou a querer uma prole entre um lobo e um leão. Aquilo me relembrou outros crimes mais antigos. Eu havia chegado muito fundo... Eu tentei ir... Mas fez o impensável... Ela me ofereceu sua própria carne para que eu me alimentasse. Eu também fiz o impensável... Nessa parte da história outro personagem entra. Outro lobo... Aquele que odiei por anos... Aquele que apesar de tudo e contra toda alcateia. Escolheu a mim. Outro lobo solitário pelo mundo. Aquele que escolheu usar suas presas apenas em ocasiões extremas... Mas que eu admito serem mais fortes até que as minhas. E esse lobo... Aquele que atende pelo nome de Lurd... Ou também que eu chamo de... irmão. Depois de ferir tanto a leoa... Eu ofereci a carne a ele. Ela ficou horrorizada... Afinal um lobo talvez ela conseguisse muda

Sessão Ø4 - Candidato Manchuriano

Consultório de Verão

Murdock entra na sala sem bater, com um olhar e voz de reverencia e respeito diz como um comprimento

- Doutor...

Doutor André que estava fazendo alguns cálculos não dá muita atenção ao rapaz e continua com seus raciocínios. Murdock solta o botão do Blazer, saca um cantil do bolso interno, afrouxa a gravata deita no divã para o lado contrario ao qual costuma. Ainda olhando para o papel com os cálculos doutor André diz

- Não vai olhar para a janela hoje?

Murdock diz de maneira debochada.

- Não há nada lá que eu queira Doutor.

Doutor Andre levanta o olhar. 

Murdock não está mais deitado e sim sentado olhando fixamente com um olhar desafiador para o Psicologo. O cheiro de alguma bebida forte preenche o ambiente.

- O que há velhinho? Incomodado com alguma coisa? (rs)

Doutor Andre, se surpreende com a pergunta mas continua em silencio olhando Murdock.

- Aaaah já sei, é o cheiro da bebida... Desculpe Doutor, sabe como é... Velhos hábitos nunca morrem. 

Murdock sorri sarcasticamente quase de uma maneira sádica.

- É claro que sei... Mas, não... Não é o cheiro da bebida que me incomoda.

Murdock Ri com uma ironia desdenhosa...

- Mas é claro que não. (rs)

Os dois ficam se olhando por um tempo... Então Doutor Andre quebra o silencio. 

- Hey, Pensei que detestasse o Pernalonga...

Murdock surpreso continua em silencio por alguns segundos... Doutor Andre continua.

- Qual o personagem que o Senhor gosta mesmo? Eu não consigo me lembrar desculpe...

 Murdock continua em Silencio, pressiona forte o indicador e o polegar contra os olhos, olha de um lado a outro, se levanta vai até a janela olha para algumas arvores...Respira fundo...Então prossegue.

- Desculpe minha falta de cordialidade e petulância... Eu vou ser Rápido hoje.

- Pois bem Rapaz, no que lhe posso ser útil nessa tarde nublada? (rs)

- Chegaram alguns papeis meus de avaliação da Marinha...Da Junta de saúde para atividades especiais.

- Pois bem... E o que diziam?

Murdock olha novamente pela Janela.

- Já ouviu falar da expressão "Candidato Manchuriano"?

Doutor Andre Ri. 

- Acha que alguém fez lavagem cerebral em você? Bom, de certo modo todo bullying que acontece nas forças armadas é um tipo de lavagem cerebral, eu suponho.

- Aaaah doutor. (rs) Eu posso não estar com as faculdades mentais em dia mas não to usando santo daime ainda (rs). Além desse sentido que o senhor disse, um candidato manchuriano é uma dissociação mental como qualquer outra... 
O interessante é que além dela ser auto imposta, ela se manifesta na maioria media da população humana. 

Doutor Andre Interrompe o Rapaz e continua...

- Entretanto a pressão de viver em sociedade faz com que poucos deixam isso ir adiante... Basicamente o Candidato Manchuriano é o Murdock aí dentro que te sabota mentalmente. Auto bulling, auto sabotagem... Todo mundo sabe o que é isso, mas um Candidato Manchuriano só pode ser diagnosticado quando um passa a ser dois.

Murdock olha admirado. Doutor Andre continua.

- Basicamente o que provavelmente possibilita isso é o isolamento... Mas quando digo isolamento eu me refiro ao sentido amplo da palavra. Um isolamento social, emocional, mental, racional, espiritual talvez... E até mesmo um Isolamento imposto a si mesmo. Literalmente um estado critico, uma situação de saúde emergente. Conhece alguém que tenha passado por algo assim? 

Murdock tem um flashback em sua cabeça.
Lembra do frio
Lembra do cansaço
Lembra do peso em seu ombro esquerdo enquanto segurava algo pesado cruzado no seu peito.

Murdock volta sua mente ao consultório... E responde.

- ... Não, Eu acho que não.

- Bem, enfim... Foi sobre esse assunto que Eu, uma amiga psicologa da minha sogra e o filho Psiquiatra dela estávamos discutindo uma vez.

Murdock fica em silencio por alguns segundos com um olhar espantado... Então continua.

- Mas olha, é claro que eu tava falando de um amigo meu (rs), Os laudos médicos diziam que eu estou em ótima forma física. (rs)

Doutor Andre sorri...

- Eu sinceramente não duvido disso.

- Doutor... acho que estou ficando biruta. (rs)

- Rapaz, deixa eu te dizer... Se você não estivesse ficando é que eu ficaria verdadeiramente preocupado. 

Os Dois dão uma gargalhada.

Murdock levanta o cantil em direção ao Psicologo. 

- Desculpe minha falta de cordialidade... Aceita uma dose? De vodka, é claro, não de loucura (rs)

- Eu vou ter que recusar dessa vez... Mas obrigado.

Doutor Andre Olha para a Janela...

- Olha, Niguém passa pela infância sem um ou outro trauma claro, mas existem certos casos os traumas são maiores em uns do que em outros, até ai todo mundo sabe. 

Doutor Andre sorri olhando para baixo e depois volta o olhar para Murdock.

- Mas são essas pessoas mais "quebradas" que eu acho realmente interessante.

Murdock guarda o cantil, levanta e abotoa o Blazer com um sorriso... Diz caminhando em direção a porta.

- Pessoas quebradas de mais não passam de Lixo e apenas merecem um buraco escuro onde possam ficar sozinhas.

Doutor Andre diz com uma voz de duvida enquanto o Rapaz coloca a mão na maçaneta para abrir a porta e ir.

- Qual era mesmo o personagem que você gostava...?

Doutor Andre então da um sorriso irônico demonstrando já saber a resposta desde o inicio da conversa...Então diz.

- Espera...(rs) Não seria aquele vermelho? Vermelho... Assim como uma Raposa! Isso! Isso mesmo! É o Pica-pau!!!

Murdock fica serio por um segundo... então ri como se estivesse xingando amigavelmente o Homem 

em sua mente.
- Até a proxima Doutor.

Arvores testemunhas - Penha circular

Árvores testemunhas

Não sei o que preciso
Tenho medo da vida, tenho medo do que significa para mim
Esta casa quebrada não é o que costumava ser
Demasiado rápido para me retardar
Muito alto para me afogar

Eu duvido que eu já tenha esse fantasma no que eu era
Porque eu vi o grande projeto, segure
Espero que você fale sobre o futuro quando eu for embora
Mas se estou errado eu sei o motivo

Eu não consigo sentir nada
Não consigo sentir nada que esteja sob meu controle
Eu não farei nada
Não vou fazer nada que esteja fora do meu controle

Eu posso me ver
Estendida após os limites do meu pedido de ajuda
Eu não acredito que eu já tenha vindo dessa maneira antes
Então, por que eu conheço meu caminho?

O que eu tenho que dizer e fazer
Para drenar esse olhar de vergonha longe de você?
Eu sabia que nunca encontraríamos a nossa paz, espera
Espero que você comemore o melhor antes de eu ter ido
Mas se eu estiver errado, eu sei que foi eu

Eu não consigo sentir nada
Não consigo sentir nada que esteja sob meu controle
Eu não farei nada
Eu não farei nada que esteja fora do meu, fora do meu controle

Eu não sei o que você precisa
Tenho medo de amor, tenho medo do que significa para mim
Esta casa vazia está queimando em torno de mim
Tão frio, eu não sei por que

Tanto para segurar
Espero eu sufocar antes de deixar você sufocar
Nas palavras que você sabe, eu nunca diria, oh não, não vá
Eu quero que você me destrua mais uma vez
Então, quando eu morrer, eu sei que você realmente me amava

Eu não consigo sentir nada
Não consigo sentir nada que esteja sob meu controle
Eu não farei nada
Eu não farei nada que esteja fora do meu, fora do meu controle

Fora do meu controle, sim

Sessão nº Ø23

Segunda-Feira 18:49

Consultório de Outono.

Murdock entra sem bater... Doutor Andre interrompe sua leitura com a entrada inesperada do homem mas quando reconhece seu paciente ocasional volta para marcar onde havia parado a leitura e guarda o livro.
Murdock sem dizer nada abre o botão do terno deita no divã com as pernas cruzadas olhando pro teto.

Murdock: -Alguém pode amar uma pessoa, mas fingir que ela não existe?

Doutor Andre: -Claro que sim, isso é basicamente o que todo mundo que gosta de alguém mas tem medo que o outro não goste, ou que sabe que o outro não gosta, faz.

-Pode haver outra variável?

-Bom, geralmente é a certeza ou a crença na falta de reciprocidade, mas claro pode ser qualquer outro número de coisas.

-Por exemplo, no caso as duas pessoas se amam. 
E vamos definir amor aqui, como um momento em que você não quer que acabe e que você pode ser quem é de verdade sem ser julgado por isso ou oprimido.
mas... As duas pessoas cometeram tantos erros imbecis que com os próprios braços cavaram um abismo entre elas.

-Raiva, os dois se amam e sabem disso mas algo aconteceu entre eles que fez com que um lado ou os dois ficassem tão cheios de raiva que decidiram se ignorar até que um dos lados ceda e admita o erro.

Murdock saca um maço de Lucky Strike mentolado do bolso, da dois petelecos no fundo do maço, pega um cigarro coloca na boca... continua falando enquanto acende.

-Bem, Doutor, como sempre o senhor esta certo, mas no caso
isso que o senhor disse também já aconteceu
alguém já cedeu
mas depois de ceder e se sentir bem virou as costas e continuou fingindo que nada aconteceu
o que fazer?

-Bom, no caso o lado que cedeu provavelmente acreditou que ao fazê-lo o problema estaria encerrado e por tanto deveria seguir como se nada tivesse acontecido... Dai ou o outro lado faz o mesmo ou vai entrar em uma nova discussão.

Murdock da uma tragada longa... E fica com um olhar baixo...

-....Sim
talvez seja exatamente isso
o lado que cedeu e depois voltou a ignorar o problema mas agora se sente mal
talvez isso pode virar um ciclo eterno
onde você abre mão depois tenta se segurar novamente
como um bêbado agonizando depois de uma noite daquelas mas lamentavelmente não consegue parar de beber.

-Se os dois lados não sentarem para tirar isso a limpo é exatamente o que vai acontecer.
Até um deles inevitavelmente canse claro.

-Mas essa repetição... não lhe parece algo que apenas alguém muito estupido permita perpetrar ?

-E te surpreende isso? As vezes até pessoas dotadas de uma inteligência acima da média se deixam cair em certas armadilhas que são tão óbvias que elas nem vêem chegando.

Murdock dá um sorriso amarelo...

-O Senhor so esta querendo me fazer sentir melhor... 

Doutor Andre Sorri desacreditado

-Aaaah Rapaz... Acha mesmo que Eu faria isso? Nem mesmo pelo próprio Satã.

Murdock dá uma pausa longa na voz olhando pro nada como se tivesse pensado em algo...
...
... Afrouxa a gravata.

-Tem algo pra beber aí Doutor?

-Mas é claro Rapaz... Algo em especifico?

-Algo forte...

Doutor André sorri sarcasticamente...

-Mas é claro... Afinal, você não suporta os fracos.

Doutor André abre a gaveta da mesa, pega um copo baixo de boca larga e uma garrafa de Conhaque, coloca uma dose e entrega a Murdock.
Murdock dá um gole profundo... Engole e assopra de maneira apática e devagar enquanto sente a garganta queimar.

-Hey, não tente escapar de mim...Diga Rapaz... Que pensamento te atingiu como um raio para que precisasse de uma dose?

Murdock ri levemente satisfeito com a perspicácia do Doutor.

-A vida é curta não?

-Um bom tanto.

-Nos faz pensar que deveríamos resolver os assuntos inacabados implacavelmente o quanto antes, certo?

-Deveria ser o óbvio.

-Murdock da outro sorriso amarelo... E mais um gole.

-Mas como nós dois bem sabemos... Regra numero 5, Nada na vida é obvio. 
Me responda sinceramente Doutor...
Quebraria as pernas do seu cachorro para que ele não se alimentasse deixando a Raposa invadir o galinheiro a noite?

-Não vejo o porquê faria isso

Murdock olha pra baixo... sorri... Da mais um gole.

-É...eu também não.

Levanta o rosto subitamente... Olha para o Doutor...

-A menos que você ame a raposa tanto quanto ama seu cachorro!

Murdock pondera sozinho e corta o próprio raciocínio...

-Mas... Que tipo de fazendeiro ama uma raposa, não é mesmo?

-Alguém que não é muito bom em ser um fazendeiro suponho.

Doutor André ri.

Murdock Ri também.

-Verdade.
Acho que no final
Um fazendeiro desses pode ser encontrado pendurado no seleiro com uma corda no pescoço (rs)

-Bem provável (rs)

Murdock se levanta subitamente, mata a dose de Conhaque, fecha o botão do terno, aperta a gravata deixa o cigarro no cinzeiro. 

-Vou continuar com o vinho e o jazz em casa....
Sei
Sei que é difícil me imaginar com vinho
Mas... não quero ir pro Uísque ainda.

Doutor André ri novamente divertindo-se com a postura do rapaz.

-Boa sorte com seus amigos então.

Murdock sai pela porta assim como entrou.



O cigarro continua queimando no cinzeiro...                           

Bem Vindo a Las Noches.

Eu posso ver, agora, de maneira clara, porque você se sentiu tão atraída por mim
Nós dois por nossos próprios motivos eramos pessoas melancólicas
Nós dois estávamos perdidos sozinhos... Perdidos como no deserto de "Las Noches"
E você sabe as coisas que podem acontecer na cabeça de alguém quando se esta perdido e sozinho.

((Experimente falar com qualquer naufrago... Você vai entender quando ele te perguntar se você viu o Wilson))

Então aí já é fácil entender o porque de alguém querer estar perto de um outro alguém, ainda mais quando esse outro se encontra na mesma situação emocional que você...
Então o olhar melancólico que trocamos deu certo por um tempo...

O grande golpe...

É perceber que mesmo que tenhamos passado por traumas tão pesados quanto um do outro.
tomamos caminhos diferentes...
E é aqui que as coisas ficam engraçadas

-pelo menos 'pra mim- (rs)

É claro perceber que você começou a abusar do mundo e de si mesma e tornou-se alguém perigosa
pro mundo e para si mesma... Por que no fim o que você queria era a aceitação que te foi negada na sua infância... Tudo o que você sempre fez foi para gritar "olhem para mim! Eu EXISTO"...

-Rs... que piada de mal gosto.-

desculpe...
retomando a linha de raciocínio

Você quebra uma regra sistematicamente e ao menos tem noção das consequências que isso pode acarretar...

NUNCA MACHUQUE A SI MESMO! Se isso de alguma forma não for proveitoso para si mesmo.
Regra 45

Afinal... ninguém se importa se você é felizinho.... ou Sofrendinho.

Estávamos no mesmo deserto...
Talvez, admito, por motivos parecidos...
Mas como eu disse e repito... O grande golpe é que diferente de você eu nunca pretendi sair dele.

NÃO! De forma alguma estou dizendo que me entreguei... Não me interprete mal.
Eu apenas percebi que dali eu ia tirar algo
Algo que ninguém
Em nenhuma condição
poderia tomar de mim...

Você escolheu escandalizar para se aceitar e assim fazer com que os outros te aceitassem...

Eu...

Eu me mantive com raiva... E a partir daí possui minha agressividade controlada

Você quer que te amem...
Eu quero ficar forte para pisar em todos aqueles que eu detesto!

como diria Maquiavel... se puderem te amar, ótimo... Mas se temerem você é MELHOR AINDA.

Eu utilizei o deserto de Las Noches para me tornar o Leviathãn...

Eu aprendi a atacar as pessoas onde mais doí individualmente...
Eu as trago para Las Noches...
Talvez assim elas façam algo a respeito de sua estupidez...

Como diria Deus para Jó no velho testamento...

Jó – Capítulo 41

1 Você consegue pescar com anzol o Leviatã[88]ou prender sua língua com uma corda?

2 Consegue fazer passar um cordão pelo seu nariz ou atravessar seu queixo com um gancho?

3 Você imagina que ele vai lhe implorar misericórdia e falar-lhe palavras amáveis?

4 Acha que ele vai fazer a cor do com você, para que o tenha como escravo pelo resto da vida?

5 Acaso você consegue fazer dele um bichinho de estimação, como se fosse um passarinho, ou pôr-lhe uma coleira para dá-lo às suas filhas?

6 Poderão os negociantes vendê-lo? Ou reparti-lo entre os comerciantes?

7 Você consegue encher de arpões o seu couro, e de lanças de pesca a sua cabeça?

8 Se puser a mão nele, a luta ficará em sua memória, e nunca mais você tornará a fazê-lo.

9 Esperar vencê-lo é ilusão; apenas vê-lo já é assustador.

10 Ninguém é suficientemente corajoso para despertá-lo. Quem então será capaz de resistir a mim?

11 Quem primeiro me deu alguma coisa, que eu lhe deva pagar? Tudo o que há debaixo dos céus me pertence.

12 Não deixarei de falar de seus membros, de sua força e de seu porte gracioso.

13 Quem consegue arrancar sua capa externa? Quem se aproximaria delecom uma rédea?

14 Quem ousa abrir as portas de sua boca, cercada com seus dentes temíveis?

15 Suas costas possuem[89]fileiras de escudos firmemente unidos;

16 cada um está tão junto do outro que nem o ar passa entre eles;

17 estão tão interligados que é impossível separá-los.

18 Seu forte sopro atira lampejos de luz; seus olhos são como os raios da alvorada.

19 Tições saem da sua boca; fagulhas de fogo estalam.

20 Das suas narinas sai fumaça como de panela fervente sobre fogueira de juncos.

21 Seu sopro acende o carvão, e da sua boca saltam chamas.

22 Tanta força reside em seu pescoço que o terror vai adiante dele.

23 As dobras da sua carne são fortemente unidas; são tão firmes que não se movem.

24 Seu peito é duro como pedra, rijo como a pedra inferior do moinho.

25 Quando ele se ergue, os poderosos se apavoram; fogem com medo dos seus golpes.

26 A espada que o atinge nada lhe faz, nem a lança nem a flecha nem o dardo.

27 Ferro ele trata como palha, e bronze como madeira podre.

28 As flechas não o afugentam, as pedras das fundas são como cisco para ele.

29 O bastão lhe parece fiapo de palha; o brandir da grande lança o faz rir.

30 Seu ventre é como caco denteado, e deixa rastro na lama como o trilho de debulhar.

31 Ele faz as profundezas se agitarem como caldeirão fervente, e revolve o mar como pote de ungüento.

32 Deixa atrás de si um rastro cintilante, como se fossemos cabelos brancos do abismo.

33 Nada na terra se equipara a ele: criatura destemida!

34 Com desdém olha todos os altivos; reina soberano sobre todos os orgulhosos.

Dentro de Casa

Tudo o que eu sei é que não há lugar seguro

e ninguém está em casa.

Também sei que nunca vou ganhar,

eu sou apenas um homem...

Mas eu não me importo!

O Candidato sempre estará lá!

Diario de Bordo [Pag 9 - Mar Noturno]

Gravação do mar noturno a bordo do Navio de Guerra Corveta Barroso (V-34) no Mar do Atlântico Sul 24.o9.2o12

Como ele poderia saber que essa nova alvorada poderia mudar sua vida para sempre? Zarpou para o mar, mas foi desviado da rota que ele mesmo planejava em busca da luz de um tesouro que sonhou durante muito tempo... Liberdade, dinheiro, idependencia, amizade verdadeira, família... Muita dor ele já havia passado para chegar naquele navio... Mas depois de passar tantas noites naquele chão de aço e rebites flutuando no oceano... Durante a noite no mar negro, buscando a linha do horizonte entre o negro do céu e o negro dá água... Tentando em vão descobrir onde o céu termina e o mar começa. Ele percebe que Depois de tanto tempo, com um olhar indiferente, percebe que seu tesouro foi jogado no mar e era ele o único agora que causava dor a si mesmo... Ele se questiona ainda com um olhar indiferente buscando o horizonte escuro... Será que foram sonhos descuidados? Ele não tem respostas... Apenas um sentimento... Então seu olhar indiferente começa a apresentar traços de tristeza... O sentimento? medo, sempre com medo, Das coisas que ele sentia... A falta de respostas e principalmente a falta de controle o assustava... Ele se torturava pensando que poderia ter ido embora... Poderia ter dado uma de louco... Se jogar pela borda... Ele olha para o mar negro... E fleta com a ideia assustadora de como séria se ele caísse no mar naquele momento... Quando toda a tripulação estava dormindo... Ele pensa se a água estaria fria... se sobreviveria até o amanhecer Pensa se faria alguma diferença para alguém se ele se afogasse perdido no meio daquele oceano escuro. Mas então ele lembra que no fim das contas Não importa o qual ele pensasse ou refletisse... Ele só iria navegar Ele só irá navegar Ele estava perdido... Mas então... ... .. . Como eu posso estar perdido, se não tenho nem ao menos para onde ir? Procurei por mares que me trariam ouro... Lutar por seus ideais parece ser tão virtuoso! Tão bonito! Tão ético! Como isto se tornou e me tornou tão frio? Eu fui traído!... [Trist..z..Raiva!] Como posso estar perdido? Nas lembranças que revivo...Mas como posso culpa-los se sou eu quem não me perdoo? Eles me fizeram sentir assim... Como se eu estiver errado Sempre que penso a respeito disso Os dias vagam dentro da névoa Densos e sufocantes... Imerso numa vida de submersão em raiva e arrependimentos... Dentro de mim tudo é intoxicante. Fora... Um inferno. Onde esta meu futuro? A outra voz na minha cabeça, o candidato, responde sarcasticamente: Ele encalhou... Como sua vida... E como sua vida a água do futuro que você planejou é muito rasa. Eu ainda tenho amigos! [Sarcasmo]Onde eles estão?![/sarcasmo] ... Tudo que você acreditava ficou em terra seca e você foi escorregando sozinho e rapidamente, pra baixo, nesse mar escuro, com o seu navio, desaparecendo nas sombras. Com essas palavras eu percebo... Agora eu sou o náufrago e o naufrágio... Eles todos foram embora... Eles foram embora... Mas me pergunto de novo... Como eu posso estar perdido, se não tenho nem para onde ir? Digo a mim mesmo... Me perdoe Não me perdoe Me perdoe Não me perdoe ... Porque eu não posso me perdoar? Eu naveguei para o mar, mas fui desviado da rota

Má Fé

Você definir que há um propósito para a vida humana é uma estupidez... tsc...

Eu não nasci pra porra nenhuma...

Não existe uma ideia anterior a mim,

Diferente de você, no meu caso,

primeiro eu existo e depois, a partir do que eu tiver vivido e feito,

você vai descobrir quem eu sou.

E só por isso que eu sou FUDIDADAMENTE Livre pra existir.

E a primeira consequência chata disso pra você é que não existe natureza humana, assim como não existe natureza feminina, assim como não existe natureza pre definida de porra nenhuma!

Pegando a natureza feminina como exemplo

você percebe que

quem procura a missão da mulher na realidade.

de que ela é sensível e todas as palhaçadas que os homens inventam para categorizar as mulheres na austeridade.

Tudo isso é uma merda!

Primeiro a mulher vive, depois descobrimos o que ela é... Assim como dizer que por ele ser preto ou ele ser judeu ou japonês e toda essa palhaçada que a gente usa como se uma pessoa fosse naturalmente talhada pra esse, ou aquele tipo de coisa... nada disso!

Porque primeiro a gente vive e depois a gente descobre quem é!

Profundamente emancipadora e Libertadora essa perspectiva, não acha? rs.

Não aceitar isso faz com que as pessoas vivam agindo de má fé.

E como as pessoas agem com má fé?

Negando a liberdade que fundamentam as tuas existências!

Negando que você é o condutor da própria vida!

daí você diz “Eu sou apenas um produto na luta de classe, eu sou mero produto dos neurônios, eu sou um mero produto do subconsciente, eu não sou nada! não posso ser responsabilizado por nada!” daí As pessoas entram num profundo estado de má fé! Entendeu a má fé ? uma ilusão é achar que você não tem nada de diferente de uma girafa... mas você não é uma girafa...

Eu não sei se você percebeu, mas normalmente agimos de má fé quando pisamos na bola.

Exemplo: técnico de futebol perde o jogo... ele começa; dados jogadores em campo, dada a esfericidade da Bola, dada o vento que soprava, dado a viagem que fizemos de longe furou o pneu... o que eu sei é eu não tenho nada com isso! mas por outro lado na hora que dá certo... aí é nóis! fui eu que fiz! eu que deliberei! eu sou livre! eu sou do CARALHO! eu sou Foda! e graças a MIM o meu time ganhou de 5 a 0!!! percebe? a Ma FE está sempre do lado do vencido, você só reconhece a liberdade que é a e sai bem.

E quando você pisar na bola você culpa a infraestrutura Econômica, você culpa o Obama, a Dilma, você culpa o CARALHO, pra tirar dos seus ombros a responsabilidade!

Entendeu o que é agir de má fé?

Espero que você tenha entendido o que esse conceito de existencialismo representa...

Porque a cada passo que damos temos 360° de possibilidade de existência.

E a cada passo a vida tá na nossa mão.

E portanto, isso, da existência preceder a essência é a condição para que a vida esteja na sua mão.

É a condição da Liberdade!

Porque se você tivesse nascido para ser jogador de futebol você não seria livre pra fazer da sua vida o que bem entendesse

se Eu tivesse nascido pra ser mergulhador eu não seria livre pra fazer o que for da minha vida!

Como eu era um nada e fiz da minha vida essa obra de arte!

Portanto é muito normal que pessoas medíocres!

Conhece pessoas medíocres?

É comum que pessoas medíocres abram mão da soberania existencial que é a nossa.

mais ou menos assim;

“não faço nada que preste! pra que acreditar que sou eu que comanda o espetáculo? é preferível imputar à forças cósmicas, divinas, econômicas, inconscientes, ou neuronais a manipulação da minha vida, porque se der merda, [E VAI DAR MERDA!] eu não tenho nada haver com isso!”

mas na hora que você percebe que o espetáculo vai começar, e que a coisa tá na sua mão é que você diferencia o olho da remela...

Não sei se você me entendeu...

nego frouxo! na hora que o calo Aperta, na hora que é pra decidir, na hora que é pra fazer! nooooooosssaa! aí vem tudo! e até mesmo a moral Cristã da humildade!

seja humilde já que você é um merda!

Seja humilde!

não vai fazer merda nenhuma que preste, então já entra na fila cristã!

“Não! é que eu não sei de nada, eu não sei o que eu tô fazendo aqui! não me chamo Valdemar, não moro em Niterói, não é minha praia e não sei o quê”;

mas na hora que você chega pra arregaçar.... Aí é fooooda...

Então qual é a solução?

você me pergunta…

a solução não é bem uma resposta agradável

afinal…

se fosse você não agiria de má fé

Anos No Lixo

Eu realmente precisei de alguns anos no lixo para dizer o que irei dizer... Mas antes de dizer... Eu queria me levasse a sério... pois eu encaro isso como algo bem pessoal... Eu sei muito bem que pessoas que são boas em arranjar desculpas raramente são boas em qualquer outra coisa... E também sei que desculpas não justificam erros e perdão não é amnésia. Não há borracha para palavras ditas. Não se passa corretivo em gestos... Mas mesmo apesar de tudo isso... Te peço desculpas 

sei que é assim tão de repente, sem sequer avisar... É que minha alma cansou, e não é de agora... Mas não há nada a ganhar mantendo orgulho... se é q ainda existe algo que possa se chamar assim... Pode até pensar que tenho outras intenções... não te culpo... mas realmente n há nada além dessas palavras.... Somente cansei desse desprezar mútuo... 

Zeros Cortados... Triliche

15 de Outubro... 9:11 da manhã

Olho lentamente fotos e dizer

es através de uma linha do tempo...

Então me deparo com uma foto de pessoas que detesto... é uma foto de colegial, todos sorridentes.

Me questiono se isso aconteceu em algum momento em minha vida.

E deitado aqui agora no fundo desse beliche caindo aos pedaços num alojamento escuro de um quartel eu constato que não.

A minha adolescência foi tão esquisita.

Eu não consigo me lembrar desde quando eu sinto tanto asco das pessoas... bem, obviamente eu me lembro quando era uma criança Alegre...

E também me lembro de todo aquele ódio.

Mas não consigo lembrar do Moisés saca? O momento divisor de águas.

Porque Eu acho que nunca houve tal coisa...

Foi uma mudança gradual...sem volta.

Eu não queria lembrar da minha infância, mas eu vou abrir uma exceção para isso agora.

Diria Freud que tudo vem de lá né?

Eu era um menino lindo.

Acho que a cara de otário era obrigatória no pacote

Mas ser magricelas e afeminado era de mais.

Não que eu me achasse afeminado.

Mas o mundo cuspia isso na minha cara... eu nem preciso dizer que tive que aturar um bocado de transgressões alheias né?

Não se engane, a maioria do meu ódio hoje não vem desse tipo de trauma... Eu tive sorte... quando esse tipo de coisa começou eu conheci meu irmão... Que eu chamo carinhosamente [Sarcasticamente] de “Sr Mufasa”...

O Rei Leão...

Tão popular onde ele chegava todos o adoravam... o melhor nos esportes, o melhor na comunicação... caráter inabalável rs... Ironicamente estar perto dele me protegia. Eu o amava... Queria estar com ele... Queria ser como ele... Rs.

Que tolo eu fui......rsrs.

Eu ainda não percebia... Mas eu e meu irmão éramos como óleo e água.

Mas deixa isso mais pra frente.

Eu tive o hábito de gostar de ler desde sempre... isso me fazia questionar as coisas.. mas a minha maior sorte foi... a de nunca querer impor o que eu achava sobre os outros...

Você sabe do que to falando.

Todo mundo tem um amigo da escola que tem uma opinião formada e tenta te enfiar goela a baixo... eu nunca fui assim.

Pelo contrário.

Eu podia ser um magrelo afeminado, mas eu descobri algo um dia... e isso vem sendo aprimorado desde então.

O que você faz quando toda sua força e recursos não são suficientes contra um inimigo?

simples,

Você o vira contra ele mesmo...

Anos depois li isso em Sun Tsu...

Argumentação.

A arte da manipulação do homem através da linguagem...

É impressionante como as pessoas são frágeis...

e não fazem a mínima ideia de quem são...

como se entregam sem ao menos se dar conta...

Agora você sabe de onde vem todo o Ódio. [MENTIRA!]

Ok ok… o ódio contra o mundo…

Satisfeito?

Todo esse ódio contras o mundo ainda sim é a menor parte de tudo o que eu sinto

A maioria do ódio é contra mim mesmo

Mas...

O ódio contra mim mesmo eu conto outro dia.

Enfim...como eu ia dizendo...

As pessoas são realmente umas imbecis... rs.

Eu digo pessoas mas preciso deixar claro que não são todas...

Apenas uns 90% delas,

ricos, classe média, pobres,

não importa

A ignorância não tem preconceito social...

E eu AS ADORO...

Eu realmente as adoro.

No fim eu só posso agradecer verdadeiramente a todos que detesto, porque foram eles que me tornaram quem eu sou de verdade.

Se não fosse por isso talvez hoje eu fosse um estudioso socialista que assiste Glee e discute como o Brasil poderia melhorar embalado por uma balada de Dead Fish...

Não vou negar que li Marx... Nem que conheço muito bem a bíblia...

Mas também conheço Nietzsche, hobbes, Maquiavel, Sartre, Dostoiévski e Schopenhauer...

Esses caras me fuderam amigo...

ah se não. Haha...

Me lembro quando me tornei militar e me trancava na biblioteca naval com um cigarro o canto da boca e um pirulito do outro me embriagando de Nietzsche com uma pistola na cintura.

Aaah... e sobre o Militarismo... Rss

Essa parte eu gosto...

Meu pior inimigo nunca foram os outros Grumetes...

Eu sempre fui um dos melhores soldados. Atirava melhor, aprendia melhor e eles me ensinaram a apanhar melhor...

Toda noite tinha submissão no alojamento e eu implorava pra estar lá... hahaha... o meu pior inimigo nessa fase fui eu mesmo... Você não tem noção dos efeitos psicológicos que a Marinha pode te proporcionar... serviu como um ajuste fino... rs. Tanto que quando fui cursar mergulho

((o segundo curso mais doído da marinha))

eu não tive nem uma crise psicológica no decorrer daqueles 11 meses de atrocidade contra o meu corpo... minha mente permaneceu intocável... mas te atesto... não foram nada agradáveis...

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o resto ficou molhado e perdido no fundo da baia de guanabara