11 de abr. de 2017

Diario de Bordo [Pag 9 - Mar Noturno]


Gravação do mar noturno a bordo do Navio de Guerra Corveta Barroso (V-34) no Mar do Atlântico Sul 24.o9.2o12

Como ele poderia saber que essa nova alvorada poderia mudar sua vida para sempre? Zarpou para o mar, mas foi desviado da rota que ele mesmo planejava em busca da luz de um tesouro que sonhou durante muito tempo... Liberdade, dinheiro, idependencia, amizade verdadeira, família... Muita dor ele já havia passado para chegar naquele navio... Mas depois de passar tantas noites naquele chão de aço e rebites flutuando no oceano... Durante a noite no mar negro, buscando a linha do horizonte entre o negro do céu e o negro dá água... Tentando em vão descobrir onde o céu termina e o mar começa. Ele percebe que Depois de tanto tempo, com um olhar indiferente, percebe que seu tesouro foi jogado no mar e era ele o único agora que causava dor a si mesmo... Ele se questiona ainda com um olhar indiferente buscando o horizonte escuro... Será que foram sonhos descuidados? Ele não tem respostas... Apenas um sentimento... Então seu olhar indiferente começa a apresentar traços de tristeza... O sentimento? medo, sempre com medo, Das coisas que ele sentia... A falta de respostas e principalmente a falta de controle o assustava... Ele se torturava pensando que poderia ter ido embora... Poderia ter dado uma de louco... Se jogar pela borda... Ele olha para o mar negro... E fleta com a ideia assustadora de como séria se ele caísse no mar naquele momento... Quando toda a tripulação estava dormindo... Ele pensa se a água estaria fria... se sobreviveria até o amanhecer Pensa se faria alguma diferença para alguém se ele se afogasse perdido no meio daquele oceano escuro. Mas então ele lembra que no fim das contas Não importa o qual ele pensasse ou refletisse... Ele só iria navegar Ele só irá navegar Ele estava perdido... Mas então... ... .. . Como eu posso estar perdido, se não tenho nem ao menos para onde ir? Procurei por mares que me trariam ouro... Lutar por seus ideais parece ser tão virtuoso! Tão bonito! Tão ético! Como isto se tornou e me tornou tão frio? Eu fui traído!... [Trist..z..Raiva!] Como posso estar perdido? Nas lembranças que revivo...Mas como posso culpa-los se sou eu quem não me perdoo? Eles me fizeram sentir assim... Como se eu estiver errado Sempre que penso a respeito disso Os dias vagam dentro da névoa Densos e sufocantes... Imerso numa vida de submersão em raiva e arrependimentos... Dentro de mim tudo é intoxicante. Fora... Um inferno. Onde esta meu futuro? A outra voz na minha cabeça, o candidato, responde sarcasticamente: Ele encalhou... Como sua vida... E como sua vida a água do futuro que você planejou é muito rasa. Eu ainda tenho amigos! [Sarcasmo]Onde eles estão?![/sarcasmo] ... Tudo que você acreditava ficou em terra seca e você foi escorregando sozinho e rapidamente, pra baixo, nesse mar escuro, com o seu navio, desaparecendo nas sombras. Com essas palavras eu percebo... Agora eu sou o náufrago e o naufrágio... Eles todos foram embora... Eles foram embora... Mas me pergunto de novo... Como eu posso estar perdido, se não tenho nem para onde ir? Digo a mim mesmo... Me perdoe Não me perdoe Me perdoe Não me perdoe ... Porque eu não posso me perdoar? Eu naveguei para o mar, mas fui desviado da rota