15 de abr. de 2010

Mísos-morbidus





Mísos-Morbidus

Sabe...

Um dia eu olhei-me no espelho

E percebi que o que habitava aquele rosto esquálido

Não era mais o famoso;

-Origem-


A minha existência não mais correspondia às próprias expectativas

Percebia que algo faltava.

Procurei na libido, ou em outras coisas mundanas

Porem, nada adiantou a ele; Sinto-me Doente.


Sabia que faltava algo.

Sabia que aquele sentimento visceral habitava o meu corpo.

Por vezes ele me destroçava, e então como um animal infiel

Abandonava-me... Para apenas re-aparecer


Só para mostrar a mim que na nossa realidade particular

Ele jamais havia partido

E isso por sua vez

Trazia-me mais e mais desespero.


Caminhei o mais alto em meu Ego

Então me joguei em um poço que sempre questionei existir

Quando cheguei ao ponto ou região mais baixa que os pontos à sua volta.

Percebi que era o fim


O grito mais desesperador humano rasgava meus pulmões

Porem não saia por minha garganta... Absolutamente nada.

Foi então que, algo aqui dentro rompeu-se

Um riso em meus lábios totalmente desconhecido até então ocupava minha face.


Outra personificação do meu ser rasga a minha garganta.

Jogando tudo o que acreditava –como um cadáver- numa pilha de corpos

Onde estou ou quem é agora... Nada disso importa, e eu não sei dizer o porque.

Meus olhos, não mais refletem minha alma, sinto-me... Liberto!


Percebo agora, que tudo isso foi apenas uma metamorphosis

Percebo agora, que só passei por tudo isso para compreender

O quão importante é esse lado novo

Jamais o reprimirei como o fiz antes


Esse novo ser que me habita.

Esse novo ser que me alimenta.

Esse novo ser que me fortalece.

Esse novo ser que tanto Jó negava.



Hoje ninguém é bastante ousado para provocar-me

Quem há de resistiria face a face? Quem pôde afrontar-me

E sair com vida debaixo de toda a extensão de meu Ego?

Quem abriu minha alma em dois, em que seus dentes fazem reinar o terror?


Quando se levanta, tremem as ondas de sua vida, as vagas do gado se afastam

Se a racionalidade toca-me, ela não resiste.

A aversão pra mim é alimento, a dor é como

Ossos podres...

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